A creator economy não é mais uma mera tendência – ela é realidade! É uma indústria que vale, hoje, US$104BI de acordo com estudo do NeoReach, e coloca o criador de conteúdo no centro. Ele, que antes agregava valor ao vender espaços pontuais para divulgação de marca, agora “empresta” sua credibilidade para as contratantes. Ou seja, a reputação e o storytelling do influenciador são valores inegociáveis e cocriação é regra!
Nesse novo cenário, onde a criatividade é uma força motriz da economia capaz de movimentar bilhões de dólares, o marketing de influência atinge um patamar de importância inédito. É preciso saber jogar esse jogo. Para isso, é necessário entender algumas mudanças, desapegar de antigas estratégias e, é claro, colocar a mão na massa. Preparamos 3 highlights para ficar de olho já em 2023.
A explosão do TikTok, principalmente a partir de 2020, chegou para mudar tudo. Com o algoritmo priorizando o viral, passamos a consumir conteúdo de forma mais solitária de acordo com os interesses. O que contava era o alcance do vídeo em si, não a força de quem posta. Isso subverteu a lógica anterior das plataformas, que tinham como objetivo a criação de conexões. Os influenciadores sentiram essa mudança e entenderam que, para se manterem relevantes, precisavam “jogar o jogo” do algoritmo. Com isso, se sentiram obrigados a produzir o tempo todo e, como consequência, o debate sobre a saúde mental se tornou cada vez mais presente. De acordo com o ConverKit, 63% dos creators que trabalham em tempo integral tiveram burnout em 2021.
Nesse cenário, um movimento se criou entre os influenciadores: “cancelamento” do algoritmo. A tendência agora é, portanto, tirar as plataformas do controle e focar em produzir para comunidades. O que importa é o que a sua base (a atual e a potencial) consome, não o que o algoritmo demanda. O slow content ganha força nesse cenário, com conteúdos melhor produzidos e feitos com maior intencionalidade. E os criadores cobrarão essa compreensão das marcas!
Na prática, podemos esperar ver as comunidades pagas virando mainstream e a explosão do conteúdo pensado para ser encontrado (social search em alta). Ou seja, é o influenciador ditando as regras e se consolidando como canal.
Um termo que está ganhando força na gringa e deve crescer por aqui em breve é o UGC (User Generated Content) Creator. Trazendo o termo para o português, ele designa a criação de conteúdo pelo usuário, feita de forma espontânea (ou que pareça espontânea). Ela pode funcionar de duas formas:
Alô, RH! A transformação do mercado aponta para uma realidade na qual a influência passa a ser uma soft skill desejada para uma nova geração de colaboradores (principalmente os líderes!). Toda a vez que um funcionário de uma empresa publica algo sobre a companhia (ou seus produtos e serviços), ele está influenciando a percepção externa da empresa em que trabalha. E isso vale ouro: a credibilidade de quem vem de dentro é muito grande e é um importante impulsionador reputacional.
E essa importância da voz dos colaboradores se reflete nos dados: de acordo com a YouPix, conteúdos postados pelos colaboradores de uma companhia tem um potencial de alcance 561% maior do que os publicados pelos perfis oficiais da marca. Além disso, empresas com líderes ativos nas redes sociais são 23% melhor percebidas.
É claro que o estímulo à postagem dos colaboradores traz riscos, mas nada que um bom treinamento não resolva. O importante é arregaçar as mangas nesse sentido, porque é uma importante frente da comunicação que promete trazer ótimos resultados.
Para continuar colhendo os frutos do marketing de influência, as marcas precisam saber as novas regras do jogo. O influenciador sabe que seu poder de barganha é alto e que as marcas dependem muito dos creators. Isso tudo vai aumentar a importância de estratégias de relacionamento com os criadores de conteúdo, assim como irá explicitar a importância de parcerias duradouras e da cocriação. É preciso desapegar do briefing fechado, do “pacotão” de 4 stories e 2 reels para inserção pontual, dos prazos malucos em parcerias com os influencers e da postagem de presskit como resultado central e dar espaço ao novo. Afinal, quem não quer uma fatia desse mercado bilionário que só cresce?
Pâmela Carvalho