9h30 da manhã. Preparo uma xícara de café, estico o corpo, separo um bloco de anotações e encaro a tela em tons de preto e rosa que diz: “YOUPIX Summit 2022. Já vai começar”. Aguardo ansiosa, correndo os olhos mais uma vez pela grade de horários recheada de temas que permearam as conversas com meus colegas e clientes por diversas vezes durante este ano. Primeiro devo tomar a decisão: por onde começar? São dois palcos – um, o Keynote Stage, liderado pela CEO da YouPix, Bia Granja, onde discutiriam tendências e o futuro da Creator Economy. O outro, How to Stage, comandado pela sócia e Head de Planejamento, Rafa Lotto, com foco na prática, cheio de cases e metodologias para ajudar no desenvolvimento do trabalho de profissionais da área.
Abro duas telas e me proponho a fazer uma dança das cadeiras solitária por entre os temas que cada palco aborda. O resultado dessa dança está compilado em 6 destaques do que tem movimentado o mercado de influência no último ano. Vamos ver?
Não é à toa que o tema está no hype: 70% dos influenciadores nos EUA acreditam que o Metaverso vai substituir as redes sociais. Muitas já são as tendências por trás do tema e durante os 5 painéis que cobriram o assunto, ouvimos sobre como esse universo está dando os primeiros passos para algo grande – a expectativa é que alcance um bilhão de pessoas nos próximos 10 anos. Por enquanto, já temos algumas ferramentas em nossas mãos – a avatarização de marcas e influenciadores e filtros de realidade virtual nos stories nos dão uma ideia do que esperar.
Ações pontuais precisam ser repensadas. A pesquisa inédita da YOUPIX com a Nielsen mostrou que uma sequência de ativações com influenciadores melhora os resultados da marca. A cada nova divulgação do influenciador, indicadores de awareness, intenção de compra e credibilidade vão melhorando. Esse dado só prova o quanto o storytelling é importante – precisamos criar histórias para além de 1 post e 3 stories.
Publis e jobs com marcas são as maiores fontes de renda de influenciadores. Mas além do influenciar, a tendência é empreender. Creators estão virando CEOs de suas próprias marcas, quando buscam independência dos padrões tradicionais desse mercado e entendem sua capacidade de personificar uma companhia.
E existem outras formas de expandir ainda mais as possibilidades de negócio; surge o movimento do Influencer For Equity, quando influenciadores adquirem ações de empresas parceiras, em troca de uma produção de conteúdo constante. Uma delas foi a influenciadora Juju Norremose, que virou sócia da Haoma, uma marca de chocolates fit da qual era parceira. O “casamento” foi bem-sucedido, e ajudou a aumentar em 3 vezes as vendas da empresa.
Não é segredo para ninguém que os vídeos curtos dominaram as redes sociais. E mais informações sobre o formato do momento deixaram de ser segredo com a pesquisa inédita apresentada pela YOUPIX em parceria com a NiceHouse.
Ficou evidente que marcas e influenciadores tem um objetivo em comum: a viralização. E por mais que 72% dos creators afirmem que pelo menos um vídeo curto que fizeram viralizou, quase metade deles só alcança até 5 mil visualizações por vídeo. O problema talvez seja que quase 54% dos jobs com short vídeos não evolvem uma campanha maior, o que nos leva de volta para o insight #2 – frequência faz toda diferença!
Muitos influenciadores com deficiência, como a Pequena Lo e Ana Clara Moniz, se destacaram nas redes nos últimos anos e mostraram que representatividade PCD é uma pauta que precisa crescer. Num painel exclusivo, a Tambor.biz discutiu o primeiro estudo sobre Creators PCD do país e mostrou que 60,7% deles nunca participaram de campanhas pagas com marcas, enquanto 74% enfrentaram problemas de acessibilidade em algum trabalho.
A lição que fica: influenciadores PCD querem e precisam ser vistos para além de datas alusivas às pessoas com deficiência. Vamos nos comprometer?
Por mais que muitos usuários e criadores de conteúdos estejam #chateados com as mudanças na rede social, o Instagram não vai voltar a ser como antes. Mudanças acontecem e o que precisamos é escolher: se readaptar ou partir para a rede vizinha?
Seja qual for a escolha, uma coisa não muda – creators que persistem são os que estão abertos a se reinventar, entendendo que não dá para ser relevante o tempo todo.
Sim, esse mercado está em transformação o tempo todo e ainda temos muito o que discutir e aprender. Às vezes, pode parecer complicado navegar por essas águas agitadas. Então, pode contar com a gente para te ajudar a decifrar o melhor do marketing de influência para a sua marca. Entre em contato que estamos dispostos a te ajudar!
19h40, o dia acaba. Naquela mesma cadeira, estico o corpo uma última vez e abaixo a tela do notebook. Dessa vez, passo os olhos pelas minhas anotações e suspiro aliviada: “como pude refletir sobre assuntos de um ano todo em 10 horas?”. A sensação é de missão cumprida, mas apenas a daquele dia. Na manhã seguinte, novos desafios me aguardam – mas eles que se preparem, pois agora estou munida de muito mais informação.
Beatriz Belangier