O Museu do Amanhã, na Zona Portuária, viveu momentos de inspiração nesta quarta-feira, dia 24. Uma noite onde jovens e adultos de todas as cores, muitos vindos de bairros distantes do Centro do Rio, puderam se orgulhar. Através de exemplos de pessoas que como eles, nasceram em vielas pobres dos mais variados cantos do Brasil, para serem reconhecidos nacionalmente pelo trabalho que fizeram de destaque na sociedade.
Foi a segunda edição do Prêmio Mestre das Periferias, organizado pela UNIperiferias da Maré e que a DiversaCom e Textual tiveram o orgulho de apoiar.
O prêmio destacou e valorizou a diversidade em sua plenitude, honrando figuras emblemáticas como a deputada Dani Balbi, pioneira como a primeira mulher trans a ocupar um cargo de deputada estadual. Dani estava fora do país e mandou representante, assim como a filósofa Sueli Carneiro, considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.
Estiveram presentes para receber o prêmio o Frei David, que levou mais de 60 mil jovens periféricos, oriundos de lugares como a Baixada Fluminense, para o ambiente acadêmico das universidades e Daniel Munduruku, escritor, professor, ator e ativista indígena brasileiro. Daniel é um defensor ativo dos direitos dos povos indígenas desde os anos 90 e tem trabalhado para promover a Literatura Indígena e a conscientização sobre a importância das culturas indígenas do Brasil.
Essas quatro personalidades periféricas exemplificam não apenas a luta contra a marginalização e a discriminação, mas também a capacidade de superação e conquista de espaços que antes pareciam inalcançáveis. O Prêmio Mestre das Periferias não apenas reconheceu, mas celebrou a potência das favelas e a resiliência de pessoas que, mesmo oriundas de origens humildes e desfavorecidas, conseguem se destacar e contribuir de maneira significativa para a sociedade.
A iniciativa da UNIperiferias desempenha um papel fundamental ao dar visibilidade a essas trajetórias inspiradoras, que servem de exemplo e estímulo para que tantos outros jovens possam alcançar seus sonhos, independentemente das circunstâncias adversas.
O ex-atleta Carl Lewis disse uma vez que queria ser lembrado como alguém que inspirou outras pessoas a fazer coisas que pareciam impossíveis. Essa é a essência do que foi celebrado ontem: a capacidade de inspirar e ser inspirado, de transformar realidades e abrir caminhos para um futuro mais inclusivo e igualitário.
Que possamos continuar a celebrar e valorizar a potência das favelas, reconhecendo o talento, a resiliência e a determinação daqueles que, contra todas as probabilidades, conseguem se destacar e deixar um legado de esperança e superação para as gerações futuras.
Marcelo Moreira, Sócio-Diretor da DiversaCom